11 agosto 2008

viva la rEVOlucion!




Evo Morales, 47 anos, é o primeiro chefe de Estado indígena da história da Bolívia. Líder esquerdista dos plantadores de coca mais importante do país e deputado no Congresso, Morales percorreu um caminho árduo desde seu nascimento, em 26 de outubro de 1959, em Isayavi (cantão de Orinoca).

É descendente de aymaras e quechuas, as duas maiores etnias da Bolívia. Depois de uma infância extremamente pobre, que levou quatro de seus seis irmãos à morte antes de completarem dois anos, Morales, assim como sete de cada dez camponeses bolivianos, deixou sua região devido a uma feroz seca que no início dos anos 80 assolou o altiplano boliviano "em busca de pão", como afirma.

Desempenhou as mais diversas atividades, como membro de uma banda de música e jogador de futebol. Depois, foi secretário de Esportes de uma agremiação de produtores de coca, onde implantou uma incansável luta sindical, que o converteria mais tarde no líder de 30 mil famílias pobres vinculadas à produção da folha na região central de Chapare, antigo centro produtor de cocaína.

Implacável defensor dos direitos indígenas se transformou na pedra do sapato do ex-presidente Hugo Banzer, falecido recentemente, contra cujo governo organizou vários protestos em oposição à erradicação da coca ilegal em Chapare.

Fundou o Conselho Andino de Produtores de Coca, que inclui organizações de Peru, Equador, Colômbia e Bolívia, antes de receber o Prêmio Gadhafi dos Direitos Humanos em 2000 e ser candidato ao Prêmio Nobel da Paz em 1995.

"Não ganhei o Nobel por falta de uma campanha do governo de La Paz", chegou a comentar. Tornou-se popular graças à capacidade de mobilização de seus protestos e, em outubro de 2003, liderou o movimento que resultou na queda do empresário Gonzalo Sánchez de Lozada.

Líder do Movimento Ao Socialismo, principal força política boliviana, Morales é defensor do livre cultivo de coca e opositor das políticas "imperialistas" dos Estados Unidos. Nas eleições de 18 de dezembro de 2006, conquistou o cargo máximo do país com 54% dos votos

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